“Eu vejo o futuro repetir o passado; eu vejo um museu de grandes novidades”. Essa mensagem, que a voz do cantor Cazuza proferiu, levanta um questionamento acerca de como pode haver retrocesso no corpo social. Assim sendo, buscando uma evolução no que tange a sociedade, é importante que o passado não sirva apenas para memento mori – lembrar-se da morte – , mas também para evitar que mazelas como a ascensão do populismo de Hitler ou a injustiça com negros voltem a se fortalecer.
Memento Mori, e daqueles que morreram. Nesse caso, os mortos foram vítimas de regimes ditatoriais como o Fascismo e o Nazismo, ambos advindos de uma crise política e da figura de um líder salvador da pátria. A ascensão dos ditadores é perigosa em seu exercício e de difícil declínio. Lembrar-se de acontecimentos, como esses mesmos, mostra-se importante para que algo, como o golpe no Brasil de 1964, seja temido e uma lembrança tão trágica, como o diário de Anne Frank, fique na literatura, e não no cotidiano de crianças hodiernas.
Memento Mori, e daqueles que ainda morrem. Com isso, a menção diz respeito aos negros e da dívida histórica que existe quando analisa-se o passado e o presente. Em outras palavras, os anos de escravidão e injustiças do passado repercutem-se de maneira velada, atualmente. Além da marginalização da população afrodescendente, o racismo é real e mata, não somente com arma de fogo, mas também com armas psicológicas. Entender o passado e a origem desse grupo faz-se mister para o entendimento dessa dívida histórica do presente.
Destarte, ver o futuro repetir o passado ou perpetuá-lo, é entender o presente de forma abrangente e crítica, plural para evitar erros superados ou até mesmo corrigir os contemporâneos. Posto isso, faz-se necessário que a população possua o conhecimento holístico da história do mundo. Dessa maneira, o passado contribuirá para o entendimento do presente e o desenvolvimento de um futuro.
Fonte: https://linktr.ee/MEDUSPBAURU
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Maíra Pereira é psicanalista, psicopedagoga e professora particular de Língua Portuguesa e Redação. É graduada em Letras pela Universidade de São Paulo, possui Pós-graduação em Psicopedagogia e Neurociências e atua também como revisora de textos em Língua Portuguesa.