ABA é a sigla de Applied Behavior Analysis, traduzida para o português por Análise do Comportamento Aplicada, e trata-se de uma ciência baseada na teoria behaviorista clássica de Skinner.
A Análise do Comportamento estuda a interação entre o organismo e o ambiente e é aplicada como ferramenta para práticas terapêuticas que visam a qualidade de vida do ser humano em termos comportamentais. Pode ser utilizada em diversas áreas, como educação, esporte, empresarial, etc, mas tem grande comprovação de eficácia no tratamento do Transtorno do Espectro Autista e, por isso, é bastante indicada neste contexto.
Uma premissa da ABA é de que nossos comportamentos são aprendidos no decorrer do histórico de vida, influenciados por seus estímulos, ou seja, o que acontece exatamente antes de um comportamento, e por suas consequências, o que acontece depois dele. Assim, se, por exemplo, ao longo de um período da vida, uma pessoa recebia elogios quando fazia uma lição da escola, a tendência é que fazer uma lição escolar se repita em outras ocasiões, pois dizemos que seu comportamento foi reforçado pelos elogios.
Por isso, a Análise do Comportamento irá estudar as relações entre o comportamento do indivíduo e o ambiente para identificar as variáveis que interferem em sua maneira de agir.
Na prática da ABA para tratamento do TEA, parte-se de uma avaliação pelo terapeuta em que serão analisados dados comportamentais mensuráveis, identificando:
1 – comportamentos em excesso, que trazem prejuízos para o indivíduo ou para outros, com vistas a diminuir essas ocorrências;
2 – comportamentos em déficit, mas importantes para o bem estar e a autonomia, os quais devem ser ensinados; e
3 – comportamentos socialmente relevantes que o autista já faz e então devem ser ainda mais desenvolvidos e estimulados.
Depois da avaliação, cria-se um plano individualizado para o aprendiz com o objetivo de diminuir comportamentos pouco adaptativos ao ambiente social e ensinar ou estimular comportamentos adaptativos, como a comunicação e a interação com outros.
Esse programa de ensino irá conter várias metas comportamentais para o desenvolvimento e adaptação saudável do indivíduo, por exemplo, desde aprender a esperar, ou amarrar um sapato, até sua alfabetização e a interagir com sucesso socialmente.
Para que um programa de Análise do Comportamento Aplicada tenha sucesso, é necessário que haja a generalização dos comportamentos, ou seja, o que foi aprendido na terapia deve ser generalizado para outros ambientes e lugares. Além disso, ressalto que os melhores resultados são alcançados quando há o envolvimento e a participação da família, que pode ser orientada em como agir com seu familiar pelo próprio terapeuta.
A terapia ABA aliada à participação da família, respeita a individualidade e o ritmo de desenvolvimento das habilidades de cada ser humano, assim como seus limites e potencialidades, contribuindo para uma vida em harmonia, em que a inclusão e os direitos das pessoas dentro do espectro autista sejam uma realidade alcançada.
Caso queira fazer uma avaliação para o tratamento de ABA, entre em contato!
Autora: Psicopedagoga, Psicanalista e Terapeuta ABA Maíra Pereira
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Maíra Pereira é psicanalista, psicopedagoga e professora particular de Língua Portuguesa e Redação. É graduada em Letras pela Universidade de São Paulo, possui Pós-graduação em Psicopedagogia e Neurociências e atua também como revisora de textos em Língua Portuguesa.