PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos de apoio abaixo e de seus conhecimentos prévios, escreva um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema: “Saúde mental e tecnologia digital: prós e contras”. Use a modalidade escrita formal da língua portuguesa e atente-se para construir uma argumentação coerente e coesa.
(Veja outros tema em: Temas de redação para praticar – Meandros da Escrita)
Texto 1:

Texto 2:
Pela Internet, Gilberto Gil
“Criar meu web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje
Criar meu web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje
Que veleje nesse informar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu velho orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut de acessar
O chefe da Mac Milícia de Milão
Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus para atacar os programas no Japão
Eu quero entrar na rede para contactar
Os lares do Nepal, os bares do Gabão
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular
Que lá na praça Onze
Tem um videopôquer para se jogar”
Texto 3:
“O conceito de qualidade de vida é utilizado pelas diferentes áreas de estudo, sendo mais difícil definir do que compreender seu significado. Sua percepção pode ser particular a cada indivíduo e já foi apresentada como sinônimo de saúde, satisfação pessoal, condições de vida, entre outros (Pereira, Teixeira & Santos, 2012). A conscientização sobre a capacidade de usufruir com autonomia das tecnologias digitais, aumenta a autoestima e as expectativas em relação às melhorias disponíveis. Estudos destacam a segurança que os incluídos digitais apresentam frente ao uso de equipamentos, o que eleva o nível da autoestima, das expectativas em relação ao mercado de trabalho e da qualidade de vida (Bolzan & Löber, 2016; Diniz & Moreira, 2020). A internet permite o acesso às mais diversificadas informações, beneficiando inclusive os idosos, melhorando sua qualidade de vida e diminuindo o isolamento social (Rimi & Chudi, 2017; Diniz & Moreira, 2020).”
(Amadeu, Silva & Marina Garcia Manochio-Pina, 2022, “Inclusão digital e suas relações com o empoderamento, a qualidade de vida e o bem-estar”)
Texto 4:
“Oficinas de blog e sofrimento psíquico
Souza e Corrêa (2008) consideram os blogs como o maior fenômeno dos últimos anos, pois esses multiplicam-se a cada dia, disseminando-se entre todas as categorias de internautas, e inovam muito, entre os produtos comunicacionais, no aspecto da mediação.
(…)
O blog, conforme Capella et al., é um espaço de escritas e de imagens que possibilita uma ampliação das modalidades de comunicação e um registro em suporte digital, e pode ser escrito, de acordo com Orihuela (2007), pelo prazer de compartilhar informações ou como veículo de expressão. Ainda segundo esse autor, algumas razões que levam as pessoas a escrever blogs são a necessidade de expressão, o desejo de compartilhar saberes, o desejo de se integrar em uma comunidade, a busca de reconhecimento, a exploração criativa e como terapia. Segundo Souza, Silva e Araújo (2011), o blog é uma das ferramentas mais populares, e contribui para o desenvolvimento de habilidades de autoria, favorecendo a crítica, a autocrítica e a participação.
É possível também desencadear novos processos de desenvolvimento sociocognitivo para a diversidade humana, como afirmam Santarosa, Conforto e Basso (2010). Ainda segundo esses autores, o blog é um espaço para autoria individual e coletiva, e também de socialização das construções dos sujeitos, em que a própria inserção de comentários permite instituir uma prática de comunicação social. Orihuela destaca que (…) a grande maioria dos blogueiros é composta por pessoas que escrevem sobre o que sabem, o que gostam, o que lêem (…) (2007, ´p. 7), e essa linguagem funciona tanto como terapia quanto como identidade para a formação de vínculos sociais, conforme o autor.”
Disponível em:
Texto 5:
“Uso patológico de Internet
Os principais problemas relatados se referem à dependência psicológica, que inclui um desejo irresistível de usar a rede, com incapacidade de controlar seu uso; irritação quando não conectados e euforia assim que conseguem acesso. Têm obsessão pela vida virtual, não se importando pela vida presencial, como o sono, a alimentação, os relacionamentos offline. A preferência pela vida virtual em detrimento da presencial, pode trazer muitas consequências negativas, tais como colocar em risco relacionamentos importantes (casamentos, relações entre pais e filhos, etc.), prejuízos escolares e do trabalho (K. S. Young, 1996; 1997; 1999a, 1999b; 2005; 2007; 2008; 2010; K. S. Young, Pistner, O’Mara, & Buchanan, 1999; K. S. Young & Case, 2004; K. S.; Young, Yue, & Ying, 2010).
(…)
Sanchez-Carbonell, Beranuy e outros. (2008), sintetizam os principais sintomas categorizados pela literatura como vício em internet. Caracterizam os sintomas: dependência psicológica, consequências negativas, tolerância e abstinência e outros. Segundo a revisão bibliográfica realizada por estes autores, a atividade se converte na atividade mais importante da vida do sujeito, dominando pensamentos e sentimentos; ao sujeito parece que nada é possível sem internet e que tudo gira em torno dela. Também ocorre prejuízo de atividades que não exigem o computador como são as relações sociais levando o indivíduo a isolarse, dando exclusividade ás interações virtuais. A conduta é persistente, apesar do desejo do usuário de controlá-la ou modificá-la. Uma vez conectado, ele tem dificuldades de interromper a conexão, passando mais tempo do que o pretendido, utilizando de diversas desculpas para não desliga-la e aumentando assim, o tempo de uso.
As consequências negativas estão relacionadas a prejuízos no trabalho, como faltas, baixo rendimento, colocando em risco de demissão ou em situações constrangedoras pela incapacidade de controlar o uso. Também são contabilizados prejuízos financeiros, às vezes por compras de itens virtuais; outras vezes, a dependência é a própria compra online. Prosseguindo com Sanchez-Carbonell, Beranuy e outros. (2008), outra consequência é o descuido consigo mesmo e com dependentes, como crianças e bebês, que passam a ter pouca importância para o usuário. Ainda entre as consequências negativas, estão os conflitos familiares. O uso excessivo faz com que o usuário descuide de relacionamentos familiares importantes, tais como o casamento, relação entre pais e filhos, relacionamentos com amigos que não os virtuais. Também são aumentados sintomas de abstinência, como as alterações do humor, irritabilidade, impaciência, inquietude, tristeza, ansiedade. Em casos extremos existe grande agitação motora, agressividade ou irritabilidade, ao não se conseguir a conexão.”
Disponível em:
Aspectos psicológicos do uso patológico de internet (bvsalud.org)
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Maíra Pereira é psicanalista, psicopedagoga e professora particular de Língua Portuguesa e Redação. É graduada em Letras pela Universidade de São Paulo, possui Pós-graduação em Psicopedagogia e Neurociências e atua também como revisora de textos em Língua Portuguesa.