Para utilizar as técnicas terapêuticas da Análise do Comportamento Aplicada (ABA), o terapeuta ABA, antes de tudo, investiga: quais são as causas dos comportamentos no TEA? Isso é feito através de uma análise funcional desses comportamentos. Mas, inicialmente, vamos conversar sobre fatos que costumam ocorrer com crianças, de forma geral, mas, frequentemente, com aquelas que têm algum atraso no desenvolvimento.
É comum os autistas terem comportamentos prejudiciais devido a dificuldades em se comunicar. Muitas vezes, têm crises emocionais porque não conseguem expressar o que querem e podem jogar coisas no chão, ser agressivo com si mesmo ou com colegas, não obedecer aos pais, ter estereotipias, etc. Assim, devemos entender o porquê de cada comportamento. Não basta simplesmente dizer: “Meu filho é agressivo” ou “Ele é teimoso” ou “Ele é mimado”. Rotular as crianças só contribui para criar traumas ou estigmas difíceis de serem esquecidos quando eles crescerem.
Por isso, para entendermos melhor os comportamentos no TEA, partimos da premissa de que essas características acima não necessariamente fazem parte da personalidade de seu filho mas, geralmente, são motivadas pelo ambiente em que vive ou pelos estímulos que recebe. Sem perceber, podemos contribuir para que certos comportamentos continuem, ou interrompam aqueles que não queríamos que parassem de ocorrer. Veja o exemplo abaixo:
“Um dia Clarisse estava muito ocupada escrevendo em seu notebook, quando seu filho Théo jogou um copo de água no chão. A mãe, muito brava, olhou então para seu filho, e deu uma longa bronca explicando que não poderia fazer aquilo. Neste momento, Théo percebeu que sua mãe lhe deu atenção, que não era dada no momento em que estava trabalhando. Então, todos os dias em que Clarisse estava no computador concentrada, Théo jogava algo no chão e a mãe interrompia seu trabalho para falar com ele. Portanto, apesar de a mãe estar tentando ensinar que o comportamento de jogar objetos era inadequado, estava, na verdade, reforçando esse ato do filho, pois Théo percebia que ao jogar objetos, sua mãe parava o que estava fazendo para lhe dar atenção.”
Neste sentido, é necessário que cada comportamento inadequado seja analisado de forma funcional. Ou seja, devemos investigar qual é a função dos comportamentos inadequados, entendendo em quais ambientes eles têm maiores chances de ocorrer. Para isso, pode-se listar todos os comportamentos de seu filho ou aluno e escrever em uma tabela: antecedente – comportamento – consequência. Preenchemos então nessa tabela, tudo o que acontece exatamente antes de o comportamento ocorrer, que são os antecedentes; depois descrevemos qual foi o comportamento e por fim, detalhamos as consequências. No caso de Théo, o antecedente era a mãe estar concentrada, sem lhe dar atenção; o comportamento foi jogar o objeto no chão; e a consequência foi a mãe parar o que estava fazendo para falar com o menino. Está claro que, nesse caso, Théo estava motivado por perceber que sempre que quisesse que Clarisse olhasse para ele, poderia jogar um objeto que daria certo. Essa era, então, a função do ato de Théo: ganhar a atenção.
Concluímos que se seu filho está tendo muitos comportamentos aversivos, é primordial que um terapeuta ABA faça a análise funcional dos comportamentos dele, descobrindo os motivos de ocorrerem. Isso porque, muitas vezes, os pais não conseguem fazer sozinhos uma análise imparcial, pois estão muito envolvidos na relação com os filhos. Por outro lado, se os pais se capacitarem, é possível que eles mesmos façam grandes descobertas em como agir e evitar tais situações com seu filho com TEA.
A terapia ABA pode ajudar na análise comportamental e também fazer um trabalho constante, ensinando comportamentos mais adaptativos para o indivíduo com TEA. Além disso, o terapeuta ABA está capacitado para construir mais autonomia e independência para os autistas, revertendo atrasos de desenvolvimento.
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Saiba mais em: Terapia ABA para autismo e síndrome de Down – Meandros da Escrita
Autora: Maíra Pereira, Terapeuta ABA e Psicopedagoga.
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Maíra Pereira é psicanalista, psicopedagoga e professora particular de Língua Portuguesa e Redação. É graduada em Letras pela Universidade de São Paulo, possui Pós-graduação em Psicopedagogia e Neurociências e atua também como revisora de textos em Língua Portuguesa.